Catecismo electrónico: Junho de 1999 | ||
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Os ministérios na Igreja | |
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A equipa que trabalha neste catecismo propõe-vos todos os meses dois textos. Agradecemos que nos façam chegar as vossas sugestões a fim de os melhorarmos. Gostariamos que este catecismo fosse uma elaboração comum. Não hesitem em nos indicar outros temas. O SUICIDIO
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OS MINISTERIOS NA IGREJA
A palavra ministério significa serviço, tanto no seu sentido político (ministério do Interior: serviço do Interior), como no seu sentido religioso (ministério dos padres). Infelizmente, em ambos os casos, sempre que se fala de ministérios há mais sensibilidade para a dimensão de poder ligada a estas funções que à de serviço. Se são assim entendidos é porque os ministros dão geralmente essa imagem deles mesmos na maneira de exercer a sua função: poder sobre a gestão do Estado e sobre os cidadãos no primeiro caso, poder sobre as consciências no segundo caso. Tal concepção não facilita as relações entre o Estado e os cidadãos, nem entre a hierarquia eclesiástica e os cristãos. É particularmente grave no segundo caso, porque a Igreja não é moderada como o Estado pelos princípios democráticos ( o poder dos padres é denominado poder sagrado) e porque, ainda por cima, se mostra infiel à mensagem do Evangelho que é suposto transmitir. O Evangelho mostra-nos Jesus, o Mestre, agir como um servidor. Inclinado perante os seus discípulos, enquanto lhes lava os pés ergue os olhos para eles, invertendo assim as relações de subordinação. A sua morte na cruz é o cume do seu abaixamento. E a recomendação que fez aos seus discípulos é que sejam do mesmo modo uns para com os outros. O poder é uma relação: se os ministros da Igreja o têm podido exercer, é porque os cristãos e as cristãs têm esperado isso dos seus pastores. Era essa até há pouco a relação normal entre clérigos e leigos - relação assimétrica entre docentes/ensinados, governantes/governados, celebrantes/assistentes.
Estes novos ministérios são de natureza a flexibilizar as regras actuais do acesso ao presbiterado, inadaptadas às mudanças culturais existentes nas nossas sociedades. Poderiam então encarar-se ministérios mais flexíveis, adaptáveis, parciais, provisórios, especializados ou comuns, reorientáveis, que provocariam uma menor crispação com o poder o que não acontece com o ministério de vida. A escolha possível de todos e todas sem distinção do estado de vida, idade ou sexo daria origem a identidades ministeriais mais variadas e mais ricas, e relativisaria a lei do celibato. A sacralização dos ministros daria lugar a uma relação de maior proximidade. Estas formas novas que se desenvolvem sob a pressão das necessidades, têm necessariamente que chocar com a instituição na sua legislação presente; esta reage fixando limites a um tal movimento. Mas a letra da lei poderá ir contra as necessidades da vida? | |
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