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O TRABALHO
- Encontrar um emprego, ter um emprego, não perder o emprego...
quantas vezes ouvimos estas frases que resumem, simultaneamente, esperança
e medo.
- Para os jovens, o emprego representa a independÍncia, a afirmação
de si próprios e o futuro. O emprego é visto como o reconhecimento
social por excelência. Que futuro é possível sem um
emprego?
- Pela sua entrada no mundo do trabalho, a mulher encontrou a autonomia.
A igualdade entre os sexos progrediu, mesmo que ainda haja muito a fazer.
O desemprego, que não tem parado de crescer, é sentido
como uma ruptura, uma perda de sentido. Os jovens vivem-no, na pior das
hipóteses, como um poço sem fundo; na melhor das hipóteses,
como uma fase transitória da qual é preciso sair a todo o
custo.
Os adultos, por seu lado, também estão desorientados. Se
são licenciados, não é apenas um emprego que perdem,
é a sua própria identidade. Tinham a sensação
reconfortante de pertencer a uma empresa como quem pertence a uma família.
Seriam apenas uma engrenagem, é claro, mas uma engrenagem útil.
De repente, vêem-se amputados, esmagados pelo vazio. De repente, sentem-se
a mais numa sociedade que, frequentemente, julga os indivíduos em
função da sua rentabilidade.
A imagem do trabalho como motor da vida social parece ter cristalizado.
No entanto, as transformações, as mutações,
a mundialização económica, alteraram radicalmente a
paisagem do trabalho. Já não se trabalha do mesmo modo nem
nas mesmas condições que no início do século.
- A parte do lazer e da vida de família evoluiu e continuará
a evoluir.
- O tempo do pleno emprego já passou. Está-se a tentar
encontrar uma outra concepção, um outro equilíbrio
do trabalho. A criação de empregos de proximidade, justamente
remunerados, não poderá deixar de se acentuar. No domínio
da saúde, da educação... tudo está por inventar.
Nada está terminado.
- As dificuldades económicas não justificam tudo. Se correr
exclusivamente atrás do lucro, uma sociedade perderá a alma.
E esquecerá o que deve ser, para sua própria sobrevivência,
o combate essencial: pôr sempre em primeiro lugar a Humanidade.
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