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Um encontro ecuménico em Lyon
Eu não esperava que as reuniões com os Bispos
tivessem problemas. Os media iriam mudar isso. A sua presença
ao meu lado irritava. Os Bispos deviam dizer para si, "Está
a recomeçar!". Quanto aos protestantes, eles tinham
previsto esta acção mediática. Foi por isso
que, "braços largos" me escoltaram do altar
da Catedral até ao autocarro. Ridículo! Sentia-me
como um prisioneiro a ser transferido para uma nova prisão.
Esse medo dos media não se estaria a virar contra aqueles
que o suscitaram? Num encontro ecuménico, seria bom tomar
algum tempo para apreciarmos juntos, à maneira dos bispos
ortodoxos que me abriram os braços com uma grande bondade. |
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A injusta dupla pena
Um Algeriano, Khalifa, está a cumprir sentença
numa cadeia. Quando terminar, ele será expulso para a
Algéria porque é um estrangeiro. Ele terá
sido punido duas vezes. A dupla pena, é a prisão
+ expulsão. Pelo pedido do Comité de Bordeaux eu
participei numa conferência - debate sobre dupla pena.
Khalifa chegou à França com a idade de três
anos. A França tornou-se o seu país. Casado, quatro
filhos, está a viver no bairro de Aubiers em Bordeaux.
A mobilização por esta apreciada e bem conhecida
família é exemplar. A solidariedade manifesta-se
neste bairro que não tem uma boa reputação.
Toda a gente reage e diz que um pai de família não
deve ser separado da sua esposa e dos seus filhos. Esse direito
de viver em família é reclamado por todos no auge
de uma memorável noite de debate. |
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Operação limitada
Uma centena de militantes (Tunisianos e Franceses) conseguiram
introduzir-se no local onde está, em Paris, a Direcção
das milícias tunisianas. Estas milícias controlam
a comunidade Tunisiana em França interditando, pela intimidatção,
pelas ameaças e a agrssão toda a expressão
livre.
A surpresa era total. Os militantes gritavam: "A Tunísia
é um Estado policiado. A torutura é praticada correntemente.
Os libertados são confiscados ... " Este discurso,
neste local, é totalmente fora do habitual para os responsáveis
que ficaram furiosos e desorientados. As televisões presentes
não se privavam de filmar a confusão, os insultos
e a violência que mostrava os homens das milícias
com o seu comportamento habitual. Estas imagens insólitas
conseguiram passar o Mediterrâneo...
Depois desta acção simbólica, fui ver
ao hospital de Salpétrière, Taouflik Ben Brick,
um jornalista rebelde. Ele diz-me que vai acabar a sua greve
de fome pois o seu irmão será posto em libertado.
Ele sente-se reconfortado por ver que na Tunísia os jovens,
as mulheres, os responsáveis políticos conseguem
ultrapassar o tabu do medo.
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