Delito de solidariedade
A repressão para com os sem-documentos começa
a atingir também aqueles que os ajudam. Uma mulher foi
condenada em Lille, um sindicalista em Clermont-Ferrand. Agora
é a vez de Delphine em Orléans.
Tinha encontrado Delphine em 1997 em Tours. Fazia uma greve
de fome que atingiria os 55 dias para que o seu futuro marido,
um argelino, vítima de dupla condenação,
fosse regularizada. Ganhou. O seu companheiro obteve uma licença
de residência por dez anos.
Ultimamente, por ter ajudado um sem-documentos nas suas diligências
administrativas, Delphine teve um processo no Tribunal de Tours.
Foi absolvida. Mas o Parquet apelou e o Tribunal de Orléans
condenou-a a dois meses de prisão suspensa por "ajuda
à residência irregular de um estrangeiro".
Julgamento escandaloso que não honra em nada a justiça.
A solidariedade torna-se um delito.
Imediatamente, alguns de nós, subscrevemos uma carta
dirigida à senhora Ministra da Justiça, declarando
ter ajudado sem-documentos nas suas diligências administrativas
ou acolhido em nossas casas. Pedimos para ser condenados por
este delito.
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